Eis que o novo Fallout 4 entra em cena (e muito possivelmente nas vossas casas) para mais um capítulo desta saga adorada por milhares de seguidores em todo o mundo, com todo o hype esperado. Após o lançamento dos mais recentes títulos, Fallout 3, em 2008, e Fallout: New Vegas em 2010, eis que o final de 2015 nos traz mais um grande jogo com todos elementos que tornaram esta série uma das mais acarinhadas do mundo, com grandes melhorias e introdução de novos recursos, mas sem escapar aos (infelizmente) habituais bugs que acompanham o lançamento de um grande jogo na nova geração de consolas, algo que será corrigido ao longo do tempo com actualizações por parte da Bethesda, empresa responsável pelo jogo.

O jogo está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One nas lojas físicas em edição standard e colecionador, com extras, incluindo uma versão funcional do Pip-boy (recurso utilizado no jogo), salientando também que as edições de coleccionador estão a esgotar e já são raras. O jogo está também presente nas lojas digitais habituais, em versão standard e também contam em edição com season pass incluído que dará mais tarde acesso aos DLC’s lançados posteriormente.

Fallout 4 é um single player role playing game de acção com muitos elementos de FPS com uma narrativa extensa. Iremos descortinar isto ao longo desta análise.

Bem, introduzindo o enredo, o jogo inicia-se em Boston, ano de 2077, num ambiente de anos 50 numa versão mais futurista em que temos todos os conceitos característicos dessa época casada com uma avançada tecnologia em que temos por exemplo robôs inteligentes em casa que fazem todos o trabalho por nós. Após uma introdução somos brindados com um aprimorado recurso que este jogo nos proporciona, o editor da aparência da nossa personagem, com este em frente ao espelho, com um vasto conjunto de características e personalizações com um elevado nível de detalhe.

Após a selecção da aparência da nossa personagem recebemos uma visita de um funcionário da Vault-Tec para nos oferecer os serviços na companhia, nada mais que uma distribuição de 21 pontos no nosso sistema S.P.E.C.I.A.L, o nosso sistema de habilidades em que cada sigla corresponde a uma categoria, S de Strength (Força), P de Perception (Percepção), E de Endurance (Resistência), C de Charisma (Carisma), I de Intelligence (Inteligência), A de Agility (Agilidade) e L de Luck (Sorte). Estas características vão diferenciar o vosso estilo de jogo por isso cautela na escolha. Com o avançar de nível à medida que obtemos mais XP vamos ser presenteados com Perks, que são determinadas habilidades que conferem ao nosso personagem certas vantagens.

Depois destas selecções somos bombardeados com a notícia de que uma catástrofe nuclear está prestes a acontecer e após presenciar o momento fugimos para a vault 111, um lugar subterrâneo e seguro no caso de catástrofe. Somos colocados num sono profundo em que acordamos 210 anos depois sem pistas do que se passou entretanto. E aí sim, a verdadeira aventura começa, na qual temos de explorar o mundo de Fallout 4 para desvendar tudo aquilo que aconteceu durante todos esses anos. Sem adicionar mais spoilers à narrativa deixamos o leitor descobrir por si mesmo e entrar nesta grande jornada.

Analisando o enredo apenas, podemos afirmar que podemos contar com uma narrativa envolvente, muitíssimo cativante, com várias opções de diálogo que podem levar a desfechos diferentes nas mais diversas situações. A quantidade de quests que o jogador tem disponível é abismal (sem sequer contar com aqueles que posteriormente viram nos DLC’s futuros), são horas e horas de gameplay com a main quest e as imensas side quests presentes no jogo, ou até mesmo através de um simples bilhete encontrado em cima de uma mesa que nos leva para uma nova história.

O gameplay é bastante divertido e intuitivo, casando duas vertentes diferentes, no caso RPG e FPS, caindo esta nova versão para um lado mais FPS que as anteriores. Temos a possibilidade de alternar entre a primeira e a terceira pessoa bem ao gosto do jogador. Quanto ao sistema de combate, podemos jogar como um simples First Person Shooter, ou então utilizar o V.A.T.S. (Vault-tec Assisted Targeting System), uma ferramenta que abranda o tempo e nos permite seleccionar as partes do corpo do inimigo que queremos atingir e a sua precisão, interessante para quem quer fugir do modo clássico de mirar os alvos.

Ao longo da nossa aventura vamos também encontrar os mais diversos itens que, ao contrário dos anteriores capítulos têm todos uma utilidade, pois é, artigos outrora obsoletos têm hoje uma grande utilidade pois podem ser utilizados para fazer upgrades a armaduras, armas ou até mesmo criar uma nova. Acabamos de introduzir mais um novo conceito neste jogo, a capacidade de criação de armas com quase infinitas possibilidades em que podemos aproveitar o melhor de cada item e aplicar na construção de novas. Outra novidade associada é a criação de bases ou abrigos para o jogador, ou até mesmo aldeias, conceito que abordaremos mais à frente.

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Um dos itens essenciais deste jogo é o Pip-Boy, ferramenta usado no pulso que nos permite gerir todo o nosso percurso. Nele podemos aceder às mais variadas funções funcionando quase como um menu da aventura. Temos acesso ao mapa, inventário, as nossas quests e objectivos, o estado do nosso personagem e suas habilidades, XP e nível, e até mesmo música. É verdade, ao longo que percorremos o extenso território do jogo vamos apanhando frequências que podem ser ouvidas no nosso Pip-Boy. Além disto ainda podemos adquirir gratuitamente no nosso smartphone ou tablet, o que nos permite aceder e gerir os nossos dados de jogo com conexão a uma rede sem fios.

Agora sim, um assunto pendente, uma das inovações presentes em Fallout 4 é a criação de bases e aldeias para a nossa personagem a partir de materiais apanhados através da exploração da Wasteland. Nessas bases podemos guardar a armadura, itens e nessa mesma base podemos fazer vários upgrades, além dos factores decorativos como não podia deixar de ser. Se quisermos ser um jogador que quer explorar todos os recursos que o editor nos fornece podemos montar uma aldeia onde podem aparecer vários NPC’s e montar a nossa rede de comércio. Mas cuidado, tudo isso está sujeito a invasões e temos de estar prontos a defender o nosso território!

Para tirar vantagem no campo de batalha podemos também contar com companheiros ao longo da história, cada um com a sua história e características definidas, fornecem uma ajuda importante no jogo, até mesmo para carregar os vossos itens quando o vosso inventário estiver cheio! Um dos companheiros mais conhecidos é o Dogmeat, um cão que conhecemos após a saída do vault que nos vai acompanhar para onde nós formos e talvez um ponto importante, nunca morre!

Mais uma das diferenças no jogo em relação a versões anteriores é a utilização desta armadura, esta é disponibilizada relativamente cedo no jogo mas tem de ser utilizada com moderação pois esta utiliza um combustível chamado Fusion Cores para o seu perfeito funcionamento.

Passemos agora ao visual desta obra, o ambiente do jogo é bem recriado, quer na época pré apocalíptica quer na pós apocalíptica, o qual nos dá realmente a realmente a sensação de estarmos a viver tudo aquilo que acontece, no aspecto recreativo o jogo é requintado ao pormenor. No entanto o grafismo não acompanhou a nova geração de consolas em comparação com jogos lançados para as novas plataformas, deixa a desejar nesse aspecto, apesar de estar melhorado em relação aos anteriores, é um facto, mas não explora todo o potencial gráfico que a nova geração oferece. De notar também que em alturas de maior luminosidade ou de grande detalhe nas texturas notamos uma pequena queda no frame rate nas consolas de jogos, não comprometendo no entanto a jogabilidade mas fica aqui um reparo de um ponto negativo.

Quanto ao som, está tudo muito bem detalhado, uma produção de luxo, quer sejam sons ambientais realistas que nos permite viver ao máximo a experiência, quer seja sons de fundo que nos vão acompanhando ao longo dos mais variados momentos de jogo. Uma função também já referida aqui, o nosso Pip-Boy passa rádio em que podemos ouvir vários temas da época e música anos 50.

Como a vida não é feita só de coisas positivas juntamos aqui mais alguns pontos negativos ao jogo, além dos problemas no grafismo e no frame rate já referidos anteriormente, podemos falar também na fraca inteligência artificial dos nosso inimigos em combate, a sua falta de estratégia e poucas movimentações, avançando para nós ou escondendo-se atrás de objectos e pouco mais. Também de referir situações em que o nosso explorador fica preso em locais pelo nosso companheiro e não conseguimos sair do local nem demove-lo do local onde se encontra. Alguns loadings entre mudança de locais ou entradas em certos edifícios chegam a desesperar, além dos já habituais bugs no lançamento de jogos da nova geração, no entanto contando já com a maior atenção da produtora e a promessa de lançamentos de updates ao longo do tempo com vista na correcção desses elementos.

Concluindo aqui esta análise podemos dizer que Fallout 4 é um título muito ansiado pelos seguidores da série e da própria Bethesda e não desaponta de modo algum, pelo contrário, cumpre todas as expectativas muito por conta da excelente narrativa e gameplay que conseguem imergir o jogador de tal forma que anulam todos os pontos negativos referidos, correspondendo assim ao hype criado pelos trailers e artigos sobre a obra.

Este titulo oferece tudo aquilo que os títulos anteriores ofereciam com bastantes melhorias, no mesmo ambiente com uma narrativa totalmente nova e excitante, inúmeras quests nos são oferecidas aumentando em muito as horas de jogo, aumentando exponencialmente as mesmas se o jogador tiver um espírito explorador. Adicionado a tudo isto temos os novos conceitos adicionados ao jogo, dando assim novidades ao leitor para explorar e tirar o melhor partido. De salientar que o jogo já está nomeado para Jogo do Ano pelos The Game Awards entre outros. Finalizando, Fallout 4 é um must para todos os seguidores e uma janela de oportunidade para aqueles que nunca experimentaram a série!

War… War never changes…


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