Este Halloween foi repleto de rock no Museu do Vinho do Porto. O evento da Faculdade de Ciências, organizado pelo Núcleo de Estudantes de Biologia, apresentou dois grandes concertos de artistas Newteen.
A noite inicia-se com uma longa e variada jam session, onde os membros das duas bandas passaram pelos vários instrumentos e apresentaram uma grande variedade de influências musicais. Foi sem dúvida o momento mais inesperado da noite, completamente improvisado.
De seguida sobe ao palco a banda Checkpoint. Com o seu novo reportório, agora totalmente em português, apresentam os seus mais recentes temas, que estarão presentes num aguardado álbum cujo lançamento é previsto para o final de 2015.
A banda começa o concerto com um dos grandes temas do novo disco, o single “Cartas na Mesa”. Impulsionado por uma bateria de introdução e uma guitarra lead do Telmo que fica facilmente na cabeça, conquistam desde logo o público, na maioria estudantes universitários. Tema curioso, que fala de vidas arriscadas, apostas e soluções para ultrapassar adversidades.
Seguem-se os temas “Alternativa”, o grande single primeiro álbum da banda, no qual o vocalista João Martins aproveita para expor bastante a sua voz ao longo dos refrões; “Face Oculta”, um breve instrumental que proporciona uma transição intensa para a música seguinte e”Vida Bastarda”, outro tema com uma letra bastante actual e interventiva, algo salientado por um vocal bastante esgalhado, e com um riff de guitarra tocado pelo Márcio Jesus, bem ao estilo de uns Led Zeppelin.
De salientar os finais de música e transições preparadas ao pormenor, algo que permitiu uma bela entrada do baixo do Ricardo Maravalhas, a solo, no tema seguinte: “Provas Forjadas” – uma música com uma letra que pretende claramente gerar polémica, apontando o dedo ao sistema, à justiça e à corrupção. Eis que, após um inesperado drum fill, do baterista Leo, entra o tema mais conhecido da banda e que foi também o seu primeiro single: “Lado de Lá”.
O concerto encerra com aquele que será certamente um dos grandes êxitos do novo álbum: “Jogo da Vida” – tema cheio de força e velocidade, sem dúvida perfeito para terminar uma performance cheia de energia positiva.
A performance anterior deixou a expectativa em alta e os Brain Circles não desiludiram, iniciando desde logo com o longo tema instrumental “Tea Cup In A Bottle”, um fantástico cartão de visita que a banda continua, e bem, a manter no início de cada performance. De destacar o grande contributo do teclista, Gabriel Costa, neste tema de arranque.
O concerto prossegue com o tema “What You Can See”, que entre o baixo de Bernardo Silva, vários breaks e mudanças de ritmo, vai deixando o público cada vez mais eufórico. Segue-se “I Don’t Know Why”, tema introduzido por um pequeno instrumental introspectivo e que proporciona um momento mais ligeiro, em que Ricardo Maravalhas, na guitarra e voz, aproveita para apresentar a banda. Segue-se um final de música bastante psicadélico, com solos de guitarra de grande qualidade, fazendo prever a chegada dos temas mais enérgicos da banda logo de seguida.
“Victim Of The Modern Days” é a música que se segue. Entre variações de tempo e drum fills de Lourenço Tato, pode-se apreciar também uma guitarra lead bastante psicadélica de Miguel Teixeira.
Eis que chega o grande single da banda: “Uncle Joe” – pode-se dizer que foi um grande aquecimento para o acontecimento que se avizinhava, tendo como protagonista Ricardo Maravalhas num solo irrepreensível.
Como referido, chegava agora o grande momento da noite, para o qual o público contribuiu de forma sensacional: “Ciganada”.
Repleto de energia e sons que fazem lembrar, precisamente, música cigana, o tema segue em crescendo, atingindo por diversas vezes um refrão repleto de energia e que leva o público à loucura, verificaram-se grandes moches, “invasões” de palco e até elementos da banda desceram até ao público para participar no grande “mosh pit” que ali se formou. A música termina, mas o público não descansa, e a banda volta a tocar com grande intensidade antes de encerrar definitivamente o concerto.
Duas performances interessantes que deixam uma grande expectativa para o que ambas as bandas irão apresentar daqui em diante.