Começamos esta série de artigos fazendo uma análise daquela que, claramente, foi a empresa com maior presença na Lisboa Games Week deste ano, a Playstation Portugal. A empresa da força esteve em grande na FIL, com o maior stand em todo o showroom e com jogos e actividades que agradariam a todos os fãs da marca, e não só!
A Playstation trazia um plano bastante claro para o evento, com 2 grandes focos de atenção: Uncharted 4: A Thief’s End (O Fim de Um Ladrão será o título em Português) e os Playstation VR, ainda em protótipo. Destacou-se também um pequeno palco que foi montado para as finais da Liga Playstation.
Vamos então fazer uma descrição destes e de outros aspectos relevantes que a empresa nipónica trouxe ao nosso país.
Playstation VR
Era um dos grandes chamarizes do evento, e que mais olhares levantava a quem por lá passava. A Playstation Portugal trouxe 3 protótipos do Playstation VR (antigamente conhecido por Project Morpheus) com 3 demos diferentes: The Deep, The London Heist e The Getaway. Eu devo admitir, sou um enorme céptico relativamente à tecnologia VR. Sou muito agarrado aos meus monitores e comandos e não gosto da ideia de jogar com um capacete na cabeça. Além disso, eu uso óculos e sem eles não vejo absolutamente nada. A minha ultima experiência com VR tinha sido em Dezembro, com os Oculus Rift, e devo admitir que odiei. Com tudo isto, estava muito de pé atrás relativamente a esta abordagem por parte da Playstation.
artigo 2Ora, quando erro, sou o primeiro a admiti-lo, e aqui é um caso claríssimo disso mesmo. Tenho de ser honesto e admitir que a experiência com os Playstation VR foi simplesmente incrível. Começando pelo conforto que o equipamento proporciona! Não tive nenhum problema em estar com os meus óculos normais e com os Playstation VR na cabeça! Depois do ajuste inicial foi simplesmente jogar e aproveitar toda a experiência. O equipamento responde muito bem aos movimentos e o demo que experimentamos (The Deep) é uma ideia muito bem conseguida de junção entre comando e movimentos da nossa cabeça. A Sony conseguiu criar um equipamento que dá uma imersão incrível no jogo quando aliado a uns auscultadores. Sentimo-nos literalmente dentro do jogo, sendo essa a ideia que se pretende com equipamentos de realidade virtual.
Outro ponto a salientar é a qualidade de imagem do visor do Playstation VR. Nao sentimos que ficamos a perder relativamente a um monitor normal. Como é mais que obvio, não é a mesma coisa que estar sentado no sofá a olhar para o nosso LCD de 42 polegadas, mas atendendo ao fim para que foi criado, penso que não se poderia pedir mais. É de notar ainda que o equipamento está ainda em protótipo, e o staff presente no local de imediato me avisou que ainda existiam alguns problemas com alguns pixels, sendo isto algo a corrigir no futuro. O visor irá ser melhorado para dar mais qualidade e mais definição à imagem a ser transmitida.
Posto isto, posso dizer que finalmente há um equipamento que me convenceu que a realidade virtual terá um espaço na minha Mancave. Falta-me ainda experimentar os óculos VR da HTC, mas para já, e comparando apenas com o Oculus Rift, o Playstation VR leva a dianteira, e por muito (tendo em conta que eu simplesmente não consigo utilizar o Oculus Rift).
Uncharted 4
Segunda grande “bomba” da Lisboa Games Week foi a presença de Uncharted 4: a Thief’s End, muito antes do jogo sair e antes até da própria Beta! No local tínhamos à disposição 10 consolas configuradas num ambiente de LAN com a vertente Multi-jogador do novo capitulo da saga de Nathan Drake.
artigo 2 img aO jogo tem um aspecto incrível, isso é inegável! Está muito brilhante, com uma palete de cores muito profunda que ajuda a dar vida a todos os cenários, estes também bastante detalhados, aumentando a imersividade do jogador na experiência, contudo, os pontos positivos acabam aqui. Não consigo simplesmente esquecer os gráficos que Uncharted 4 tinha aquando da demonstração do mesmo na E3 2015 e a versão que eu joguei não e
stava assim tão bonita. Não quero dizer com isto que o jogo estava com mau aspecto, bem pelo contrário, mas simplesmente depois de mostrarem algo daquele nível, qualquer downgrade me deixa desiludido (Watch Dogs, estou a olhar para ti…).
Passando agora à jogabilidade, tenho de dizer que o título não me deixou nada surpreendido. É mais do mesmo e engloba tudo o que é cliché de um Third Person Shooter moderno. Não é mau, aliás, o jogo é divertido… mas é muito semelhante aos anteriores (tanto que no mesmo dia joguei a versão remasterizada dos jogos anteriores e mal notei diferença). Testei inclusive a versão multi-jogador do título, mas a sua maior força está claramente no modo single player. Nunca achei que o modo multi-jogador fosse algo que fizesse pessoas comprar o Uncharted, e penso que não vai ser agora que isso vai mudar. Estou ansioso por ver a história e o single player do novo título da Naughty Dog, até porque o modo multi-jogador não convenceu.
Outros Jogos
No que toca a lançamentos futuros, não foram muitas as presenças na LGW deste ano. Tirando os jogos já falados, os outros títulos que tive oportunidade de experimentar foram:
Sebastien Loeb Rally Evo: O título da Milestone (responsáveis pelos jogos do MotoGP, WRC e do recente RIDE) é um novo jogo de Rallys apadrinhado pela lenda Sebastien Loeb. O pouco que pudemos experimentar do jogo não convenceu totalmente. A condução era estranha, embora que também não tive paciência para estar a tentar entender todos os truques e jeitos do jogo. Visualmente agradável, será um titulo que deverá agradar ao seu publico alvo, que são os fãs das corridas todo-o-terreno.
Dark Souls 3: Depois do Closed Alpha Test que existiu recentemente online, a presença do mais recente titulo da Bandai Namco mantém o espírito da saga Souls, com os toques normais no lançamento de um novo título! Ainda estamos longe do lançamento oficial, por isso será de esperar muitos retoques no grafismo do jogo, mas para já as sensações são boas, o espírito está lá e de boa saúde! Espero ansiosamente por outra oportunidade de jogar!
Street Fighter V: Mais uma enorme surpresa para mim! Não estava à espera de encontrar o novo jogo da Capcom na LGW! O novo Street Fighter tem sido um dos jogos mais esperados dos últimos tempos, com uma comunidade enorme que adora o jogo e que o vive como algo nunca visto (a custa desta querida comunidade, tive imenso tempo à espera para o jogar). O novo capítulo desta mítica saga da história dos videojogos mantém a essência dos jogos anteriores, no entanto, inova o suficiente para o tornar num jogo novo e não simplesmente um upgrade gráfico. O novo V System tem uma capacidade de virar combates que não havia antes e os 60fps são algo muito bem vindo às consolas (na versão PC de Street Fighter 4 já tínhamos isto). A nova forma de exploração de cenário também é refrescante e com isto vou parar de escrever porque estou a ficar com vontade de o jogar outra vez… Maldita sejas Capcom!
Star Wars Battlefront: Um dos jogos que eu mais espero para este ano é o novo título da DICE, dedicado ao universo Star Wars! Depois da open beta que a Electronic Arts lançou à umas semanas, na Lisboa Games Week tivemos acesso a… uma alpha… uma versão sub-optimizada do jogo (a beta estava imensamente melhor que isto) e apenas com um modo split-screen para jogarmos… mas hey… é Battlefront, o jogo continua lindo e eu mal posso esperar para por as mãos neste jogo, por isso, digamos que deu para matar o bichinho que a versão beta deixou…
E no que toca a novidades, o que experimentamos foi isto. Foram poucas, mas também a verdade é que não haviam assim tantos jogos que ainda não existissem no mercado… Outros jogos que tivemos o prazer de jogar, mas estes sim já à venda foram:
Guitar Hero Live: Aqui eu tenho de ser muito critico relativamente ao staff da Playstation Portugal. Ter guitarras que não funcionam correctamente é matar a experiência para quem vai jogar o jogo. A minha experiência foi basicamente saber que estava a acertar notas e a guitarra não reconhecer sequer os botões que eu estava a pressionar… Posto isto, devo admitir que a nova interface de estar a tocar e no fundo existir a simulação de estar em palco (temos a visão de um guitarrista autêntico, vemos a banda e o público conforme jogamos) torna o jogo incrivelmente imersivo e divertido! A setlist também parece estar bem pensada e bem dividida. O novo layout de botões vai ser uma dor de cabeça para quem está habituado aos antigos 5 coloridos, mas é algo que com o tempo se deve ultrapassar rapidamente.
Assassin’s Creed Syndicate: Eu adorei os jogos da saga Assassin’s Creed até ao Revelations… daí para a frente senti que estava a dar 60 euros por um jogo novo que era igual ao anterior, mas com uma timeline diferente e uma ou outra coisa nova… E este jogo é mais do mesmo… as mecânicas aparentam estar muito semelhantes, e mesmo o grafismo não é nada de tirar o chapéu. Isto posso ser eu a ser mau ou picuinhas, mas a verdade é que não me sinto à vontade com os títulos Creed e não é mesmo um jogo que eu sinta que vá jogar no futuro.
Em suma, e apesar do domínio da Sony no showroom da LGW, sinto que pecou um pouco pela falta de futuros lançamentos… A verdade também é que a presença de Uncharted 4 e do Playstation VR, e até mesmo de uma booth exclusiva ao novo Call of Duty (joguei a beta em casa, recusei-me a ir para filas jogar o mesmo) conseguiram abafar um pouco essa falta de coisas novas.