“Those who canot remember the past are condemned to repeat it”

“Aqueles que não conseguem lembrar-se do passado estão condenados a repeti-lo”

  • George Santayana

Nunca esta citação veio mais a propósito do que agora. Analisando a situação dos candidatos republicanos às primárias dos EUA, e vendo que Donald J. Trump é o candidato que lidera a corrida a candidato presidencial pela direita norte americana, é impossível ignorar que esta citação, outrora um aviso é hoje profecia.

Ora, o que significa isto para quem vê de fora? Para todos os que não são americanos? Para todos os que, não sofrendo influência directa das suas políticas extremistas, poderão vir a sofrer consequências indirectas das suas políticas externas?

  • Alemanha 1923 – Cerca de 2 mil homens marcham pelo centro de Munique, exigindo o derrube do poder da altura. Quando confrontados pela polícia, envolvem-se em confrontos violentos que resultam na morde de 16 civis e 4 polícias. Muitos ficaram feridos, e outros tantos detidos.
  • Alemanha e Áustria, 9 de Novembro de 1938 – Vários milhares de agentes atacam estabelecimentos e habitações que pertenciam a cidadãos judeus. Numa única noite, cerca de 90 judeus foram mortos e entre 25 a 30 mil foram presos e levados para campos de concentração. Cerca de 7500 lojas e 267 sinagogas foram reduzidas a escombros.
  • Alemanha, Setembro de 1941 – Distintivo que identifica judeus passa a ser obrigatório na Alemanha.
  • Alemanha, Agosto de 1961 – Construção do Muro de Berlim

Estados Unidos da América, 2016?

Dezenas de milhares de pessoas congregam-se dentro de um qualquer pavilhão ou centro de congressos para ouvir Donald Trump propor coisas como a construção de um MURO que separará os EUA do seu vizinho do Sul, México. Aplaudem. Gritam. Estão eufóricos.

Lá fora, dezenas de protestantes (pacíficos) são detidos, violentados, agredidos. Os apoiantes aplaudem, gritam, estão eufóricos.

Estados Unidos da América, 2016. Dezenas de milhares de pessoas congregam-se dentro de um qualquer pavilhão ou centro de congressos para ouvir Donald Trump propor coisas como a identificação e deportação de todos os imigrantes “ilegais” e suas famílias.

Lá fora, dezenas de protestantes (pacíficos) são detidos, violentados, agredidos. Os apoiantes aplaudem, gritam, estão eufóricos.

Estados Unidos da América, 2016?

Dezenas de milhares de pessoas congregam-se dentro de um qualquer pavilhão ou centro de congressos para ouvir Donald Trump propor coisas como a obrigatoriedade de utilização de um elemento identificativo (distintivo chamemos-lhe) a todos os cidadãos muçulmanos (SUGESTÃO: Trocar “muçulmanos” por “judeus” e reler acima).

Estados Unidos da América, 2016?

Dezenas de milhares de pessoas congregam-se dentro de um qualquer pavilhão ou centro de congressos e levantam o braço direito na direcção de Trump, entoando cânticos de apoio e promessas quais “Juro solenemente e por minha honra” votar Donald Trump faça chuva ou faça sol.

São estes apenas alguns exemplos do lunatismo e patriotismo bacoco que são tão perigosos quanto visíveis neste momento nos EUA.

O que significa Trump para o resto do mundo?

Promessas vagas, baseadas no ódio, vontade apoiada de ir para além da lei internacional no que toca a conflitos armados e deportações em massa já foram políticas outrora tomadas numa super-potência política e económica mundial. O resultado foi a 2ª Guerra Mundial. A maior e mais mortífera. Onde mais atrocidades e crimes de guerra se cometeram. Onde Nuremberga veio castigar aqueles que perpetraram tão horrendos atentados à própria definição de humanidade.

Onde será que vamos acabar desta vez? Será que os EUA terão ainda capacidade para travar o furacão Trump? Será que ficará tão grande que será imparável de alguma maneira sem ser a força? O que significa se a maior potência militar mundial se tornar fascista? Será que vamos precisar que alguma cidade americana se torne em Nuremberga quando já for tarde demais?

Neste momento apenas podemos fazer perguntas, tirar palpites e fazer paralelismos com aquilo que a história já nos ensinou.

Mas será que o deficitário sistema de ensino Americano, será deficitário também no ensino da história? Será que os americanos não conhecem o passado? Estaremos nós todos por arrasto, condenados a repeti-lo?

“Be afraid. Be very afraid”


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