“Desde terça-feira que os árbitros estão indisponíveis para dirigir os jogos da associação até isto ser resolvido”, afirmou Luís Godinho, árbitro internacional e presidente de um dos três núcleos do distrito, à agência Lusa.
Contactado pela Lusa, António Pereira, presidente da Associação de Futebol de Évora (AFE), apenas informou que os honorários serão liquidados a “todos os árbitros que tenham os extractos em condições”, não adiantando um prazo concreto.
Segundo o árbitro Luís Godinho, que preside ao Núcleo de Árbitros Professor Jorge Pombo, na Zona dos Mármores, os juízes não receberam os honorários referentes ao passado mês de Novembro, sendo que alguns esperam ainda os de Setembro e Outubro.
“Os árbitros para apitarem jogos nas competições distritais colocam dinheiro dos seus orçamentos familiares para combustível e refeições”, alertou. Referiu ainda que quando se acumulam dois ou três meses de atraso, “há árbitros que sentem”. Por isso, os árbitros, que “já estavam descontentes” com várias questões, entre as quais a segurança, entregaram recentemente “as licenças por tempo indeterminado”, colocando em risco de continuidade as competições futebolísticas.
Luís Godinho informou ainda, que os árbitros apresentaram “duas condicionantes” para voltarem a apitar jogos, nomeadamente a realização dos devidos pagamentos e a assinatura de um entendimento sobre vários assuntos entre a AFE e os seus núcleos.
“O memorando já está assinado, mas a questão dos pagamentos não está assegurada, porque os serviços da AFE têm estado a emitir os extractos de conta e os árbitros estão a conferir e a responder à associação, mas há um enorme número de extractos que vem incorrecto”, esclareceu.
O árbitro alentejano considerou que existiram “falhas de ambas as partes”, admitindo que também “há árbitros que falham” na validação dos extractos de conta, o que também condiciona a regularização. Referiu ainda que “o sistema de pagamento e a forma como os árbitros emitiam os recibos foram alterados” no início da actual época, salientando que, no primeiro mês, não foi dada “importância, porque era um novo modelo para todos”.
“Desde aí e até esta data, pouco ou nada mudou e terminou agora, com a cereja no topo do bolo, quando ainda não foi liquidado o mês de Novembro”, concluiu.