Os pastores e pescadores indígenas “Sami” defendem que o plano vai agravar os problemas já existentes, provocados pelas alterações climáticas, pelo derramamento de óleo e pela caça furtiva, que têm afectado as suas casas e meios de subsistência.
Acredita-se que existam até 66 milhões de toneladas de minério de cobre no solo de Kvalsund, em Finnmark, no interior do Círculo Polar Árctico. Os ambientalistas temem que isso leve ao desenvolvimento de projectos de mineração e perfuração nos outros ecossistemas frágeis da região, que são agora a última barreira a derrubar na busca por minerais e combustíveis fósseis.
O derretimento do gelo marítimo permitiu que os navios mais poluidores começassem a invadir habitats restritos, estando agora as nações atentas aos seus preciosos recursos naturais. “Este é um dos projectos industriais mais nocivos ao meio ambiente na história da Noruega”, disse Silje Ask Lundberg, líder da ONG norueguesa “Friends of the Earth”. Os activistas afirmam que dois milhões de toneladas de resíduos de metais pesados serão despejados todos os anos – o equivalente a 17 cargas de camiões por hora – num fiorde que possui protecção especial para conservar o salmão, protecção essa que fica agora ameaçada.
O Árctico está a aquecer duas vezes mais rápido do que o resto do planeta e as previsões actuais sugerem que a região polar deixará de possuir gelo até 2050.
A Noruega é o único país da Europa – e um dos únicos cinco no mundo – que permite que as empresas de mineração despejem resíduos sólidos de minas directamente no mar, o que certamente contrasta com as recentes medidas que visaram proibir a destruição da floresta. Um contra-senso.