A Occidental Petroleum, Chevron e a BHP, uma gigante empresa australiana ligada ao minério, investiram este ano no projecto Carbon Engineering, uma pequena empresa canadiana que está a desenvolver uma solução para que as empresas deste sector consigam combater as alterações climáticas e remover o carbono emitido. Este anúncio surge depois da Shell ter também anunciado recentemente um investimento de 266 milhões de euros em iniciativas ambientais.

Segundo um artigo publicado pelo “New York Times”, este projecto piloto nasceu em Squamish, uma cidade a cerca de 50 quilómetros de Vancouver, e onde a empresa está a usar um enorme ventilador que suga grandes quantidades de ar e é filtrado num recipiente concebido para extrair dióxido de carbono. O gás obtido com este processo pode ser enterrado ou transformado num combustível sintético e limpo, ainda que seja mais dispendioso que um combustível natural.

Investir na Carbon Engineering e noutras iniciativas de redução de carbono faz parte do plano de acção das indústrias de combustíveis fósseis, caso contrário o seu lucro e prosperidade ficam comprometidos devido ao aparecimento de energias alternativas e ecológicas. Com os carros eléctricos em crescimento e a energia solar, hídrica e eólica já a dominar a produção de electricidade em várias dezenas de países, os executivos reconhecem que estes negócios trouxeram uma ameaça para as suas suas empresas e que é necessária uma adaptação.

Outras empresas, como a Royal Dutch Shell ou a BP, estão também a valorizar soluções que aumentem a sua responsabilidade ecológica. Também a Equinor, companhia petrolífera norueguesa, anunciou que irá aumentar o seu orçamento para energias limpas para 15% a 20% num período de dez anos, quadruplicando o valor que investe actualmente.

A Chevron e a Occidental, que integram o conselho de administração da Carbon Engineering, recusam-se por enquanto a divulgar quais os seus investimentos, mas a empresa diz que angariou um total de 68 milhões de dólares (60 milhões de euros) na mais recente procura de parceiros e financiamento, o que permitirá desenvolver agora protótipos finais e abrir uma fábrica comercial.

No que toca ao gás obtido com o processo de limpeza do ar, o mesmo libertaria também dióxido de carbono para a atmosfera, mas em menor quantidade. Mas como o processo consiste na reciclagem do carbono que já existe no ar, os gases com efeito estufa não iriam aumentar, iriam aliás ser reduzidos ao longo do tempo.

Bill Gates, fundador da Microsoft, e N. Murray Edwards, presidente executivo da Canadian Natural Resources, empresa que emite excesso de dióxido de carbono nos seus processos de fabrico, são também investidores deste projecto.


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