“Estou determinada a manter em aberto o Brexit, e determinada a cumprir dentro do prazo”, escreveu a dirigente do Partido Conservador, num artigo publicado no jornal Sunday Telegraph, citado pela agência AFP.
May quer renegociar o acordo do Brexit com os líderes europeus ao longo dos próximos dias, procurando a modificação do polémico mecanismo de salvaguarda e, deste modo, evitar uma fronteira física entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, ainda que a UE tenha rejeitado, até ao momento, modificar o acordo que tinha sido estabelecido em Novembro, aprovado pelos 27 Estados-membro.
“Quando regressar a Bruxelas para batalhar pela Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, fá-lo-ei com um novo mandato, novas ideias e uma renovada determinação para encontrar uma solução pragmática”, afirmou Theresa May nesse mesmo artigo.
O parlamento britânico aprovou uma emenda na semana anterior, instigando o Governo a negociar “regras alternativas” à cláusula de salvaguarda Norte-Irlandesa. Apesar de tudo, May acredita que substituir a cláusula de salvaguarda por uma nova solução é “uma opção”.
Segundo o presidente do grupo parlamentar dos Conservadores, Graham Brady, que propôs essa alteração na Câmara dos Comuns, tudo estaria em perfeita conformidade se a cláusula de salvaguarda tivesse uma limitação temporal ou um simples mecanismo de saída unilateral.
O Vice-primeiro Ministro Irlandês, Simon Coveney, insistiu que a UE não pretende renegociar o tratado de saída e não deverá aceitar um acordo que exclua a cláusula de segurança para a Irlanda do Norte.
“A cláusula de salvaguarda é necessária para nós. Não se trata de comércio ou de economia, mas de pessoas e da paz”, escreveu Coveney no jornal Sunday Times. O mecanismo de salvaguarda assegura que não será erguida uma fronteira entre as duas Irlandas, pelo menos enquanto Londres e Bruxelas não alcançarem um novo acordo de comércio bilateral, o que poderá demorar anos a ser solucionado.
A ausência de controlo entre a República da Irlanda e a região britânica da Irlanda do Norte é uma das condições que especifica o tratado que levou a paz à região em 1998. Os conservadores mais euro-cépticos criticam esses planos, pois o Reino Unido continuará integrado nas estruturas da UE até que se firme um novo tratado comercial, o que dificultará que o país estabeleça novos pactos comerciais com países terceiros.
Foi essa recusa que levou a que a maioria do parlamento britânico tenha chumbado o acordo do Brexit no dia 15 de Janeiro.