Segundo um estudo levado a cabo pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), cerca de 60 milhões de Europeus adultos estão expostos a elevados níveis ruído auditivo, devido ao imenso tráfego rodoviário na sua zona de residência ou emprego. Estima-se que este número possa ultrapassar os 90 milhões quando contabilizadas crianças no seio das famílias.

Esta problemática surge sobretudo na vida citadina, onde o atractivo de uma vida cosmopolita e com todo o tipo de serviços e produtos se cruza directamente com diferentes níveis de poluição, nos quais o grande destaque vai para a sonora.

Esta investigação analisou os níveis de ruído gerado pelo trânsito de veículos em 749 cidades europeias. De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível médio de ruído registado num período de 24 horas não deve exceder os 53 decibéis (53 dB Lden), mas os resultados demostraram que mais de 48% das pessoas foram expostas a níveis de ruído muito superiores ao limite recomendado. A percentagem da população exposta a estes níveis de ruído é de 86,5% em Viena, 66,9% em Paris, 60,5% em Roma, 43,8% em Madrid e 40.6% em Lisboa. Além disso, uma sondagem indica que mais de 11 milhões de cidadãos se sentem extremamente incomodados com o ruído do tráfego rodoviário, que perturba imenso o seu dia-a-dia, o que, segundo os autores, pode levar ao aumento do stress, dificuldade em descansar e uma série de outros problemas de saúde associados.

Caso as diretrizes da OMS fossem seguidas, estima-se que seriam evitadas 3.600 mortes por cardiopatia isquémica todos os anos. O ruído ambiental prejudica a saúde humana, provocando distúrbios de sono, debilitando a saúde mental e aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas.

Segundo a investigadora Sasha Khomenko, “Os nossos resultados dão, pela primeira vez, uma imagem abrangente das cidades europeias e uma compreensão mais clara do porquê do ruído gerado pelo transporte ser a segunda maior causa ambiental de efeitos adversos à saúde na Europa Ocidental, depois do material particulado”,  “Ainda assim, estamos convencidos de que o verdadeiro impacto do ruído do tráfego na saúde é muito maior”, admitiu.

Aqui na Newteen podemos revelar que uma das divisões interiores da nossa sede sofre deste mesmo problema. A ausência de barreiras acústicas numa movimentada via rápida a poucos metros de proximidade, provoca níveis de ruído superiores a 70 decibéis, de acordo com a nossa medição, o que mesmo com recurso a janelas de vidro múltiplo é impossível de solucionar. As várias centenas de apartamentos existentes nesta rua, com uma construção dita comum, não proporcionam grande isolamento aos moradores, pelo que serão todos eles vítimas enquadradas nos números apresentados por este estudo. Da nossa parte, foi-nos possível avançar com uma terceira camada de isolamento, o que mesmo assim, caso se tratasse de uma divisão habitacional destinada a descansar, não seria suficiente, dado que o ruído continua a superar os 35 decibéis.

Há uma grande evolução a fazer, pois a qualidade de vida não se coaduna com a construção indiscriminada e operação massiva de máquinas poluentes.


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