Terminou o primeiro leilão português para instalação de centrais solares flutuantes, com 7 lotes a concurso. A EDP assegurou a maior fatia do principal lote a concurso, que lhe dará o direito a instalar uma central fotovoltaica de 70 megawatts (MW) na albufeira da barragem de Alqueva e ainda a instalação de uma capacidade adicional de 14 MW de sobre-equipamento e um parque eólico igualmente com 70 megawatts (MW).

Este maior lote permitirá aos vencedores ligar à rede as novas centrais solares assim que elas estejam construídas, uma vez que a disponibilidade da rede elétrica é imediata naqueles locais, ao contrário do que sucede com cinco dos outros lotes, que terão disponibilidade de rede apenas em Dezembro de 2023.

Em comunicado à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), a EDP Renováveis informou ter ganho 70 MW dum lote que previa até 100 MW de capacidade de ligação à rede.

Para ganhar este lote, a EDP viu-se forçada a oferecer preços negativos: em vez de cobrar pela energia produzida, durante 15 anos a EDP oferecerá ao sistema elétrico 4 euros por cada megawatt hora (MWh) gerado na central solar flutuante (70 MWh). Na potência do sobre-equipamento e no parque eólico, a empresa poderá vender a eletricidade em mercado, ao preço que definir, podendo dessa forma tentar recuperar o investimento realizado.

Na disputa do primeiro lote estiveram várias empresas, entre as quais a Endesa, que ultrapassou a EDP na corrida ao lote 4, o terceiro maior a concurso, que lhe dará a possibilidade de instalar capacidade solar flutuante na albufeira da barragem do Alto Rabagão.

A concurso, recordamos, estavam sete lotes, para uma instalação total de 263 MW de capacidade solar flutuante, neste que foi o primeiro leilão do género em Portugal. Os anteriores dois leilões solares, para cerca de 2000 MW, realizados em 2019 e 2020, visavam apenas capacidade fotovoltaica convencional, em terra, e que despoletou enormes reacções negativas por parte dos cidadãos, devido à desflorestação em massa e à morte forçada de animais selvagens e de cativeiro que ocorreu em alguns locais. Com esta nova solução, prevê-se a inexistência de impactos ambientais e morais, o que será positivo no sentido de atingir uma verdadeira sustentabilidade ambiental e energética.

No caso do lote ganho pela EDP, para o Alqueva, está prevista a ocupação de 250 hectares, o equivalente a apenas 1% da superfície aquática desta albufeira alentejana. É também no Alqueva que a EDP se prepara para construir uma pequena central solar fotovoltaica flutuante adicional, com 12 mil painéis fotovoltaicos, que deverão gerar uma potência máxima de 4 MW, num investimento estimado de 4 milhões de euros.

Quanto ao projeto agora ganho em leilão, precisará de passar ainda por um estudo de impacto ambiental, sendo, aliás, o único dos sete lotes a requerer estudo de impacto ambiental, devido à sua enorme capacidade instalada. Os outros seis lotes a concurso, por terem menos de 50 MW de capacidade instalável, vão implicar apenas a realização de estudos de incidências ambientais, o que agilizará o processo.


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